Malafaia critica argumento de Hugo Motta sobre PL da Anistia e afirma que decisões são influenciadas por “espíritos malignos”
Pastor chama posicionamento do presidente da Câmara de “argumento imbecil” e diz que influências espirituais motivam oposição à anistia do 8 de janeiro

Nesta quinta-feira, o pastor Silas Malafaia protagonizou mais um momento polêmico ao reagir com veemência às declarações do presidente da Câmara, Hugo Motta, sobre o Projeto de Lei que propõe anistiar todos os envolvidos nos atos de 8 de janeiro. Para Malafaia, afirmar que o Congresso “não pode legislar sem aval do STF” é um “argumento imbecil”, guiado por influências espirituais negativas.
A acusação de “espíritos malignos”
Em um vídeo nas redes sociais, Malafaia atacou diretamente Motta, dizendo:
“Vamos ao argumento imbecil do presidente da Câmara… Quer dizer que o Congresso virou capacho do STF?”
“Existe um espírito maligno, de engano, de mentira, de cinismo…”.
O pastor sugeriu que o posicionamento adverso ao projeto de anistia estaria contaminado por “forças espirituais negativas” que manipulam a opinião política e jurídica.
Contexto político do PL da Anistia
O PL em questão propõe anistia ampla aos envolvidos nos atos antidemocráticos de 8 de janeiro. Hugo Motta rejeita a proposta, argumentando que o texto seria declarado inconstitucional pelo STF — uma posição interpretada por Malafaia como rendição do Legislativo ao Judiciário.
Essa discordância destaca tensões institucionais: de um lado, setores da base evangélica defendem a medida; de outro, líderes democráticos e representantes jurídicos criticam a iniciativa por desconsiderar o papel do Supremo na verificação legal dos atos do 8 de janeiro.
Análise crítica
Em primeiro lugar, reduzir o posicionamento constitucional de Hugo Motta a um “argumento imbecil” e afirmar que ele é fruto de “espíritos malignos” inflam verbalmente o debate sobre um tema que, por natureza, exige ponderação jurídica e institucional. Segundo, ao lançar mão dessas expressões, Malafaia não apenas personaliza o debate — mas fragiliza a credibilidade do tema que se pretende relevante ao legislar sobre anistia.
Acresce que a invocação de elementos espirituais — “espíritos malignos” — não contribui para o amadurecimento do debate público. Pelo contrário: agrava o tom de radicalização política, desviando o foco das questões jurídicas e polarizando ainda mais o tema.
Conclusão
A intervenção do pastor Malafaia ressalta a profundidade dos conflitos institucionais em torno do PL da anistia. Ao chamar o posicionamento de Hugo Motta de “imbecil” e atribuí-lo a “forças espirituais negativas”, ele joga lenha na fogueira de um debate que carece de regras claras e respeito às instituições. A política brasileira precisa de mais substância jurídica e menos linguajar incendiário — especialmente quando se propõe a anistiar os fatos de 8 de janeiro.
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