Ela reúne os votos dos bolsonaristas, direita, mulheres e evangélicos" — como a ex-primeira-dama se tornou o trunfo do bolsonarismo pós-inelegibilidade

Introdução

“O senhor esqueceu do candidato mais bem avaliado depois de Bolsonaro: Michelle!” A frase do pastor Silas Malafaia no X (antigo Twitter) nesta segunda-feira (12/5) não foi apenas uma resposta ao ex-presidente Michel Temer — foi a declaração de guerra do bolsonarismo contra qualquer projeto de terceira via que exclua a família Bolsonaro. Em meio à articulação de Temer com cinco governadores (Zema, Ratinho Jr, Caiado, Tarcísio e Leite) para unificar a direita, Malafaia crava: a ex-primeira-dama lidera as pesquisas com 38% das intenções de voto contra Lula e é a única capaz de aglutinar os três pilares do conservadorismo brasileiro: evangélicos, mulheres e a base bolsonarista.


Os números da disputa

Dados da Quaest (abril/2025) mostram o cenário:

  • Michelle: 38% contra 44% de Lula
  • Tarcísio: 37% (mas prioriza reeleição em SP)
  • Outros nomes: Entre 30% (Caiado) e 35% (Marçal)

O diferencial? Enquanto os governadores dependem de máquinas estaduais, Michelle mobiliza o que Malafaia chama de “capital afetivo”:

  • 52% das mulheres conservadoras a veem como “representante moral”
  • 68% dos evangélicos bolsonaristas a associam a “valores cristãos”
  • 81% dos aliados de Jair Bolsonaro a consideram “sucessora natural” 

A estratégia oculta

Por trás do discurso de união, há um cálculo preciso:

  1. Jair Bolsonaro mantém controle: Ao não indicar sucessor, preserva poder de barganha — já sugeriu que comandaria a Casa Civil se Michelle fosse eleita 
  2. Tarcísio na reserva: Governador de SP é pressionado a ficar na reeleição como “plano B” para 2030 
  3. Terceira via esvaziada: Malafaia e Wajngarten atacam Temer por “palhaçada” ao excluir a família Bolsonaro 

Os riscos do projeto

A aposta em Michelle não é consenso nem no bolsonarismo:

  • Conflitos familiares: Relação conturbada com Carlos Bolsonaro (que controla o gabinete do pai) 
  • Falta de experiência: Nunca ocupou cargo eletivo ou de gestão
  • Dependência de Malafaia: Pastor já orienta seus discursos para “reduzir tom religioso” e ampliar apelo 

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1 comentário em “Malafaia e a cartada evangélica: como Michelle Bolsonaro virou peça-chave no tabuleiro eleitoral de 2026

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