Moro na mira da PGR após denúncia do CNJ e risco de inelegibilidade por 8 anos
Grupo Prerrogativas solicita que PGR investigue acusação de crimes na Lava Jato e alertam para possível inelegibilidade do ex-juiz e atual senador

O Grupo Prerrogativas apresentou à Procuradoria-Geral da República uma representação com base em relatório do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) que acusa o senador Sérgio Moro de crimes como peculato, corrupção passiva e prevaricação, relacionados à operação Lava Jato. Se comprovadas, essas acusações podem torná-lo inelegível por oito anos, conforme a Lei da Ficha Limpa.
As acusações detalhadas
O CNJ apontou que Moro teria usado esquemas para desviar recursos da Petrobras — oriundos de acordos de colaboração — para uma fundação privada, sem respaldo jurídico claro. Os valores envolvem centenas de milhões de reais, e o requerimento do Prerrogativas solicita que a PGR abra inquérito criminal para apurar os fatos.
Além de Moro, o pedido inclui ex-curitibanos da Lava Jato: Deltan Dallagnol e a juíza Gabriela Hardt, que estariam envolvidos em irregularidades semelhantes.
A gravidade da possível inelegibilidade
Conforme a Lei Complementar 135/2010 (Lei da Ficha Limpa), quem é condenado por ato doloso de improbidade administrativa com enriquecimento ilícito ou lesão ao erário fica inelegível por oito anos após o cumprimento da pena. Se o inquérito avançar e resultar em ação condenatória, Moro pode ficar fora das eleições 2026 e 2030.
Repercussão política imediata
O pedido do Prerrogativas — grupo ligado à área jurídica do PT — foi protocolado em 21 de maio e ganhou destaque em veículos jurídicos. A PGR agora avalia a abertura da investigação.
Na outra ponta, Moro respondeu com firmeza por meio de sua assessoria, afirmando que “o grupo só defende bandidos” e classificou a iniciativa como tentativa de “perseguição com acusações fantasiosas”.
Potenciais impactos no cenário político
- Fragilização da candidatura de Moro: A possibilidade de inelegibilidade joga sombra sobre o projeto do senador de disputar o governo do Paraná em 2026.
- Abalo à pauta da Lava Jato: Acusações de corrupção contra seus protagonistas podem reduzir o prestígio da operação e reabrir críticas sobre parcialidade e motivações políticas.
- Pressão institucional: A apuração no CNJ e a tramitação no PGR e STF colocam em xeque não apenas reputação, mas também a coerência institucional do combate à corrupção no Brasil.
Perspectiva crítica
Mais do que uma disputa político-jurídica, esse processo expõe uma crise de legitimidade na Lava Jato. De herói a investigado, Moro enfrenta o reverso da medalha: se condenados, os agentes que pautaram o combate à corrupção se transformarão no principal alvo desta batalha jurídica. Não se trata apenas de política — é uma reflexão sobre coerência institucional e sobre se os fundamentos morais usados para julgar devem ser aplicados também aos juízes. Se a PGR avançar, o Brasil poderá ver uma guinada simbólica: da punição a políticos à exigência de prestação de contas pelos próprios magistrados envolvidos em grandes operações anticorrupção.
Vai ser uma limpeza tirar o Sergio Moro da política, pois o que ele defende é aquilo que trabalhador não se identifica e nem se interessa, ou seja, só repressão àqueles que lutam pró classe trabalhadora.
Alguém já viu o Sergio Moro, os direitistas e os identitários – estes últimos com raríssimas e honrosas exceções – defenderem salário mínimo digno como do DIEESE, moradia, saúde, educação e qualidade de vida?