Hugo Motta oficializa recuo e envia análise de perda de mandato de Carla Zambelli à CCJ
Mudança de postura acolhe pressão bolsonarista, mas abre caminho para defesa e votação em plenário

Em primeiro lugar, fica claro que Hugo Motta acatou ao rigor do debate parlamentar: nesta quinta-feira, 12 de junho de 2025, ele remeteu à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) o pedido de cassação do mandato de Carla Zambelli, embasado na decisão do STF. Um recuo estratégico, motivado por pressões políticas, mas repleto de significado institucional.
O recuo de Hugo Motta
Até terça-feira (10/06/2025), Motta defendia a execução automática da cassação, com base na condenação do STF. A decisão seria formalizada sem necessidade de votação no plenário. Porém, sob críticas de aliados bolsonaristas — como o deputado André Fernandes (PL‑CE) —, o presidente da Câmara alterou sua posição. Declarou que cumpriria o rito regimental: “notificaremos para que ela possa se defender e a palavra final será do plenário.”
O rito na prática
- A CCJ agora tem até cinco sessões para convocar Zambelli a apresentar sua defesa.
- Em seguida, a comissão terá mais cinco sessões para emitir o parecer.
- O processo seguirá para o plenário, onde a cassação dependerá da maioria absoluta de 257 votos.
Além disso, Motta comunicou ao STF a suspensão do repasse de verbas ao gabinete de Zambelli, conforme determinou Moraes.
O que está em jogo
Este recuo evidencia duas tensões interligadas: de um lado, a pressão política de um núcleo bolsonarista que exige rigidez. De outro, a preservação do processo parlamentar e legal, que fortalece a legitimidade da decisão. A pergunta que ecoa é: será que a Câmara vai resistir às ameaças de rupturas democráticas e honrar sua soberania?
O próximo capítulo
Agora é a CCJ que assume o protagonismo — palco de debates acalorados entre defesa, acusação e partidos. Os argumentos poderão envolver desde questões jurídicas — como imunidade parlamentar — até nuances ideológicas. O placar final será definido no plenário da Câmara, com voto aberto e sob a pressão de 257 deputados.
Conclusão & Apelo
Em suma: o processo de cassação segue o caminho institucional, conforme exige o regimento. Agora cabe atenção total à CCJ e ao plenário — resistência ou obediência à decisão do STF? A democracia não pode ser simplesmente contornada. Fiquemos vigilantes, exijamos clareza e legitimidade de cada voto.
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