Goiás na rota da operação Overclean: contratos com governo Caiado ligados a esquema bilionário
Investigação da PF revela que grupo acusado de desviar R$ 1,4 bilhão na Bahia operava em Goiás com contrato na Secretaria de Administração. Aliados políticos de Ronaldo Caiado aparecem na teia de relações.

A Operação Overclean, que investiga um esquema de corrupção com desvios de R$ 1,4 bilhão em cinco estados, atingiu em cheio Goiás. Documentos obtidos pelo Brasil 247 revelam que empresas do grupo criminoso firmaram contratos com a Secretaria de Administração do governo Ronaldo Caiado (União Brasil), enquanto seus líderes mantinham relações com aliados políticos do governador.
O CONTRATO SUSPEITO EM GOIÁS
- Empresa envolvida: Larclean, alvo central da Overclean na Bahia, assinou contrato em junho de 2020 com a SEAD-GO para serviços de desinsetização.
- Valor: Não divulgado, mas o grupo é acusado de fraudar licitações em outros estados com contratos de até R$ 117 milhões.
- Signatários:
- Pelo governo: Bruno Magalhães D’Abadia, então secretário de Administração.
- Pela empresa: Fábio Rezende Parente, apontado pela PF como executor financeiro do esquema.
AS LIGAÇÕES POLÍTICAS
- Triângulo baiano-goiano: O empresário Marcos Moura (“Rei do Lixo”), preso na Overclean, é aliado de ACM Neto, ex-líder do DEM (atual União Brasil) e padrinho político de Caiado.
- Elo operacional: Samuel Franco (“Samuca”), ex-presidente do DEM em Itabuna (BA) e próximo de ACM Neto, teve busca e apreensão em sua casa na terceira fase da operação.
O ESQUEMA CRIMINOSO
- Modus operandi:
- Uso de empresas fantasmas como Bra Teles Ltda. para lavagem.
- Superfaturamento de serviços (ex.: controle de pragas) e desvio via emendas parlamentares.
- Conexão com outros estados: O mesmo grupo operava fraudes no DNOCS (BA), Tocantins e Minas Gerais.
REPERCUSSÃO E NEGATIVAS
- Defesa de Caiado: O governador não foi citado diretamente nos autos, mas a PF investiga se servidores de seu governo facilitaram contratos.
- Nota da SEAD-GO: A pasta afirmou que “cumpre rigorosamente as normas licitatórias” e que o contrato com a Larclean seguiu “todos os trâmites legais”.
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