A série de interrogatórios na Primeira Turma começa com Mauro Cid e coloca Bolsonaro frente a frente com o relator, em um processo que envolve oito réus do núcleo central da tentativa de golpe em 8 de janeiro.

Nesta segunda-feira (9), o STF inicia uma fase decisiva da Ação Penal 2668, que investiga o “núcleo 1” da trama golpista — principal suspeita para tentar impedir a posse de Lula em 2023. Os depoimentos serão transmitidos ao vivo pela TV Justiça, reforçando o caráter simbólico e político do processo

Quem são e o que fizeram

Mauro Cid

  • Quem é: Ten‑Cor Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro e delator com acordo premiado
  • Papel: Acusado de articular intervenção militar contra o TSE; delatou minuta de golpe e falsificação de documentos, incluindo vacinações
  • Estratégia: Inicia os interrogatórios como delator — ordem prioritária pela delação premiada

Alexandre Ramagem

  • Quem é: Ex-diretor da Abin e deputado federal (PL-RJ)
  • Papel: Acusado de exercer influência para desacreditar o sistema eleitoral e organizar conteúdo golpista; integraria o núcleo central do plano
  • Situação atual: Processo mantido pelo STF, apesar de iniciativa parlamentar para suspender a ação

Almir Garnier

  • Quem é: Ex-Comandante da Marinha .
  • Papel: Identificado como parte da organização criminosa do golpe; acusado de contribuir à trama, mesmo que defesa arque com narrativa contrária .

Anderson Torres

  • Quem é: Ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança do DF
  • Papel: Acusado de omissão, participação em reuniões com plano de golpe e fortalecimento da mobilização com a “minuta do golpe” – considerada pelo próprio como “imprestável”
  • Relevância: Considerado peça-chave do “núcleo 1”

Augusto Heleno

  • Quem é: Ex-ministro do GSI, general da reserva
  • Papel: Recebeu golpistas no GSI; acusado de abrigar e acobertar atos golpistas sob sua gestão, minimizando atos públicos como “curiosos”

Jair Bolsonaro

  • Quem é: Ex-presidente e apontado como comandante da trama.
  • Papel: Instaurador do plano golpista; citado por Cid como figura central nas reuniões sobre golpe; réu confessado

Paulo Sérgio Nogueira

  • Quem é: Ex-ministro da Defesa e general do Exército
  • Papel: Integrante do “núcleo crucial” da organização acusada; amplamente envolvido em articulação militar contrária ao resultado eleitoral

Walter Braga Netto

  • Quem é: Ex-ministro da Defesa e Casa Civil; vice de Bolsonaro em 2022
  • Papel: Cedeu espaço para reuniões do núcleo do golpe; considerado peça importante na articulação militar .
  • Status: Preso preventivamente desde dezembro e pedindo sigilo no interrogatório

Roteiro dos depoimentos (9–13 de junho)

  1. 09/06 – Mauro Cid abre os trabalhos
  2. 10/06 – Ramagem e Garnier
  3. 11/06 – Torres e Heleno
  4. 12/06 – Bolsonaro
  5. 13/06 – Nogueira e Braga Netto (via videoconferência)

O formato favorece a sequência lógica: cartas na mesa desde o começo, com Cid conduzindo o primeiro capítulo — para que todos conheçam seu relato antes de prestar seus próprios depoimentos.

Cada sessão seguirá o rito: perguntas do relator Alexandre de Moraes, depois do procurador-geral da República Paulo Gonet, e por fim as defes


Por que isso é decisivo?

  • Desenho do golpe à luz dos depoimentos: cada réu esclarece sua responsabilidade dentro da chamada “minuta do golpe”
  • Exposição pública: interrogatórios ao vivo ampliam o debate institucional e político .
  • Fase final da instrução: o STF se aproxima do julgamento definitivo, que pode ocorrer ainda em 2025, com impacto profundo nas eleições de 2026.

Contexto final

O STF avança na fase crucial de instrução, definindo a narrativa direta entre réus e relator — com repercussões políticas e institucionais de larga escala. Ao concluir todos os depoimentos, o relator Moraes poderá marcar o julgamento final no próximo semestre


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1 comentário em “Trama golpista no STF: quem são os réus, seus papéis e a estratégia do relator

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