Em depoimento prestado na tarde desta terça-feira (10) à Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), o ex-ministro da Defesa, general da reserva Paulo Sérgio Nogueira, solicitou desculpas públicas ao ministro Alexandre de Moraes e ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Ele admitiu que usou “palavras completamente inadequadas” para descrever a corte durante uma reunião ministerial em julho de 2022, reconhecendo que “tratou com palavras mal colocadas” o trabalho do TSE.

Motivo do pedido

O general explicou que havia assumido o Ministério da Defesa apenas três meses antes e, ainda imerso em mindset militar, reagiu de forma intempestiva ao se referir ao TSE como “inimigo” e à Comissão de Transparência Eleitoral (CTE) como “para inglês ver”. Ao rever o vídeo da reunião, admitiu surpresa ao constatar a força de suas próprias palavras .

Elogios ao TSE e a Moraes

Em seguida, elogiou a gestão de Alexandre de Moraes na presidência do TSE, afirmando que sua atuação “facilitou minha vida”, sobretudo ao ordenar a realização dos testes de integridade das urnas eletrônicas com biometria.

Contradições com outros depoimentos

Durante o mesmo depoimento, Paulo Sérgio também negou ter participado da elaboração ou tratamento de uma minuta de golpe, contestando afirmações de Almir Garnie. Esclareceu ainda que o relatório técnico sobre as urnas foi elaborado por comissão, sem ingerência de Bolsonaro ou de seus subordinados .

Contexto e relevância

O depoimento faz parte dos interrogatórios de oito réus acusados de integrar o “núcleo crucial” da trama golpista, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro e ministros militares. O reconhecimento público do excesso e a elogiosa posição em relação ao TSE e ao STF podem ter impacto no julgamento, que segue em andamento ao longo da semana.

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