PT e PSOL se recusam a assinar CPI do INSS: Estratégia política ou medo de investigação?
Enquanto oposição e parte da base aliada pressionam por investigação, PT e PSOL evitam assinar CPI; governo prefere manter o caso no âmbito da PF e CGU

Introdução
Enquanto a oposição conseguiu 185 assinaturas para a criação de uma CPI do INSS — incluindo apoio de deputados da base governista —, PT e PSOL se recusaram a assinar o pedido, gerando críticas de que estariam protegendo aliados ou temendo que a investigação escape do controle.
O governo Lula prefere que o caso seja resolvido pela Polícia Federal (PF) e Controladoria-Geral da União (CGU), evitando um desgaste político maior. Mas a estratégia divide opiniões:
✅ Para o Planalto, a CPI seria um “tiro no pé”, dando holofote à oposição.
❌ Para a direita, a recusa é sinal de que sindicatos ligados ao PT podem estar envolvidos.
Por que PT e PSOL não assinaram a CPI?
1. Medo de desvio de foco
O governo teme que a CPI seja usada para criminalizar Lula e associar fraudes à sua gestão, mesmo que o esquema tenha começado em 2019, no governo Bolsonaro.
- Gleisi Hoffmann (PT), ministra das Relações Institucionais, afirmou que “o lugar da investigação é na PF e CGU”, não no Congresso.
- Lindbergh Farias (PT-RJ), líder do partido na Câmara, é contra a CPI por considerar que “só serviria para dar holofote a bolsonaristas”.
2. Risco de expor aliados
A oposição alega que sindicatos e associações ligadas à esquerda lucraram com os descontos irregulares. O líder do PL, Sóstenes Cavalcante, afirmou:
“Nenhum deputado do PT assinou a CPI. Quem lucrou com o roubo? Sindicatos ligados à esquerda”.
O PT nega, mas o temor é que a CPI exija depoimentos de aliados, como Frei Chico, irmão de Lula e vice do Sindnapi (uma das entidades investigadas).
3. Prioridade em pautas positivas
O Planalto quer evitar que a CPI domine a agenda política e prefere focar em:
- Isenção de IR para quem ganha até R$ 5.000
- Aumento real do salário mínimo
- Retomada de programas sociais
Gleisi Hoffmann já orientou a base a não alimentar o debate e seguir com pautas propositivas 1.
PDT também condiciona apoio à inclusão do governo Bolsonaro
O PDT, que rompeu com o governo após a queda de Carlos Lupi, sinalizou que pode apoiar a CPI — mas apenas se o escopo incluir investigações desde 2019.
O líder do partido, Mário Heringer, afirmou:
“Se a CPI for ampliada para incluir o governo Bolsonaro, estamos autorizados a assinar”
Conclusão: CPI pode virar campo de batalha política
A recusa do PT e PSOL em assinar a CPI do INSS não significa que a investigação será engavetada, mas mostra que o governo prefere:
- Evitar exposição midiática de uma CPI com narrativa controlada pela oposição.
- Manter o controle das apurações via PF e CGU, sem interferência do Congresso.
- Proteger aliados de possíveis investigações sobre vínculos com entidades suspeitas.
Enquanto isso, a oposição seguirá pressionando, usando o caso para vincular Lula a escândalos de corrupção. A bola agora está com Hugo Motta (Republicanos-PB), presidente da Câmara, que decidirá se a CPI será instalada.
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