Bilionário do agronegócio condena assistência social, reclama de “vão do Estado” e reforça visão meritocrática cruenta.

Em primeiro lugar, a frase‑chave: rei do ovo Bolsonaro Bolsa Família não é hipérbole — é o coronel do agronegócio que declara ser um “desastre” contratar no Brasil por culpa do Bolsa Família. Na entrevista à Folha, Ricardo Faria não apenas critica a assistência social: ataca frontalmente a dignidade do trabalho formal, defende Estado mínimo e compara o mercado brasileiro a um “rio com cobra e jacaré”.


“Viciados no Bolsa Família”: discurso elitista e descompassado

Para Faria, programas como o Bolsa Família desestimulam a formalização. “As pessoas estão viciadas no Bolsa Família. Não temos nem a chance de trazer essas pessoas para treinar”, afirmou. A frase revela o abismo entre a retórica empresarial e a realidade dos trabalhadores.

Em resposta, o economista Eduardo Moreira definiu essa postura como defesa de “trabalho precário”, ressaltando que o problema não é o auxílio, mas “o tipo de vaga que está sendo oferecida”.


Meritocracia seletiva: cartilha empresarial ou negação da realidade?

Faria defende meritocracia sem direitos: trabalhadores devem aceitar jornada volante, sem benefícios, e ainda assim escolher o emprego. “Os jovens não querem mais ter essa relação formal… aqui tem o Estado tutelando tudo”.

Para ele, é “remar rio acima com cobra e jacaré” no Brasil, enquanto no exterior se “rems rio abaixo”. Isso ignora o contexto de baixos salários, informalidade, chão de fábrica e desigualdade histórica.


Elite mobiliza discurso antissocial

Faria também atacou o novo imposto para milionários e o IOF, anunciou mudança de residência fiscal e reclamou de “insegurança jurídica”. É o pacote completo: Estado mínimo, sem apoio social, com privilégios para bilionários.


Voz das redes: resistência cidadã

Na internet, a crítica ganha tonos veementes:

“Eles clamam por mão de obra barata e sem proteção”

Reforçando a violação do discurso de meritocracia: se pagam mal, não podem culpar a assistência social pela escassez de força de trabalho.


Perguntas retóricas para refletir

  • Por que transformar a culpa por falta de trabalhadores em ataque ao Estado de Direito?
  • Será que a solução é desmantelar políticas sociais ou revalorizar o trabalho dignamente?
  • Quando meritocracia vira sinônimo de exploração facilitada?

Chamada à ação

  • Debater nacionalmente a dignificação do trabalho — salários, direitos e formação.
  • Exigir que o Legislativo pressione por modernização com justiça social, não precarização.
  • Cobrar transparência sobre quem mobiliza discurso contra o social e por que interesses servem.

Conclusão

O rei do ovo não representa o Brasil — ele encarna uma elite deslocada, que confunde política social com preguiça. O Bolsa Família existe para proteger a vida. Emprego formal exige dignidade, não alienação. Se o discurso do bilionário prevalecer, ficaremos reféns da exploração e do retrocesso social. A hora exige resistência — e não a entrega da esperança à retórica mercadológica.


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1 comentário em ““Rei do Ovo” culpa Bolsa Família por dificuldade de contratar — discurso de elite ou ataque ao Estado social?

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