A Corte avança na regulação das redes ao sinalizar que plataformas podem ser responsabilizadas por postagens ilícitas, enfrentando paradigmas do Marco Civil e ativando debates sobre liberdade digital.

A votação formou uma maioria de 6 a 1 a favor da responsabilização das big techs por conteúdos ilícitos publicados por usuários — mesmo sem ordem judicial explícita. A discussão avança, agora, para definição dos critérios de funcionamento dessa responsabilização.


1. Em primeiro lugar: consolidação de maioria

O voto decisivo de Gilmar Mendes consolidou uma estrutura com quatro regimes de responsabilização — residual, geral, por presunção e especial — cobrindo crimes contra a honra, discurso de ódio, pornografia infantil e terrorismo. Com os votos de Toffoli, Fux, Barroso, Zanin, Dino e Mendes, o placar fechou em 6 a 1. Apenas o ministro André Mendonça divergiu. Votação seguirá com todos os 11 ministros.


2. Por outro lado: alerta para riscos

Empresas como Google, Meta e TikTok alertam: flexibilizar o artigo 19 pode gerar insegurança jurídica e censura prévia, prejudicando a liberdade digital.


3. Perguntas retóricas e metáfora

Por que acelerar a regulação agora?

  • Para conter a desinformação e discurso de ódio que escapam do escopo judicial?
  • Ou para erguer uma muralha digital, onde plataformas fiscalizam conteúdo sem transparência ou controle público?

O final do Marco Civil pode ser o “colapso do escudo jurídico” que sempre protegeu as redes.


4. Linguagem coloquial e ironia

Se antigamente as plataformas podiam alegar “não saber”, hoje o STF sinaliza que o “ignorar” não será desculpa — a norma pode ser só mais uma conveniência jurídica sem respaldo na prática real.


5. Fundamentação factual

A maioria dos ministros já votou em favor da responsabilização direta pelas quatro modalidades previstas, com divisão de cenários homologados. André Mendonça pediu vista, sustentando a manutenção da regra atual — exige decisão judicial prévia. A sessão foi suspensa e será retomada com restante dos ministros.


6. Contra‑argumentação

Defensores das empresas ressaltam que responsabilizar sem filtro judicial pode criar um ambiente propenso à remoção arbitrária e influência política nos algoritmos. A batalha, portanto, se dirige à definição da aplicação prática dos regimes — um ponto chave para determinar se a liberdade digital será protegida ou engessada.


Apelo à ação

Este julgamento pode redefinir a internet no Brasil. A pressão pública deve incidir: participe, exija acesso aos votos, acompanhe os critérios — e não permita que decisões nacionais imponham censura sem debate claro e transparência institucional.


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1 comentário em “STF forma maioria para responsabilizar Plataformas por conteúdo de usuários

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