“Venceremos”: Eduardo Bolsonaro celebra chance de sanções dos EUA contra Moraes e desafia STF
Em postura agressiva, deputado licenciado aposta na aplicação da Lei Magnitsky contra o ministro Alexandre de Moraes.

Sanções dos EUA contra Moraes: Eduardo Bolsonaro comemora “Venceremos”
Em uma escalada de retórica agressiva, Eduardo Bolsonaro, deputado federal licenciado e filho de Jair Bolsonaro, celebrou nesta quarta-feira (21 de maio de 2025) a possibilidade real de sanções dos Estados Unidos contra o ministro Alexandre de Moraes. No X, ele postou enfático: “Venceremos!”, em referência à declaração do secretário de Estado americano, Marco Rubio, de que há “grande possibilidade” de imposição de sanções pelo uso da Lei Global Magnitsky.
O que foi declarado por Marco Rubio
Durante uma sua sessão na Câmara dos Representantes dos EUA, Rubio respondeu que o uso da Lei Magnitsky — que permite congelamento de bens, restrição de vistos e bloqueio de transações de indivíduos implicados em violações de direitos humanos — está “sob análise” e com “uma grande possibilidade” de aplicação a Alexandre de Moraes.
Essa é a primeira menção oficial de uma autoridade americana, confirmando que a sanção contra o ministro do STF não é apenas retórica isolada, mas um instrumento de pressão diplomática em construção.
Eduardo mobiliza comitiva em Washington
Eduardo Bolsonaro já vinha articulando a ofensiva há meses. Em entrevista à CNN em março de 2025, afirmou esperar “sanções dos EUA” a Moraes, prevendo uma “pena de morte financeira” — sem acesso a cartões Visa ou Mastercard — para o ministro. Desde março, o deputado licenciado vem residindo nos EUA e participando de reuniões com congressistas republicanos, incluindo Cory Mills, que questionou Rubio sobre o tema.
Nesse contexto, Eduardo publicou no X:
“Dep. @CoryMillsFL é um homem de palavra, disse e fez.”
Rubio confirmou sanções sob análise e “estamos perto.”.
Narrativa nacionalista e pressão judicial
O discurso de Eduardo e dos aliados bolsonaristas usa termos como “perseguição política” e “censura” feitas por Moraes contra oposicionistas, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro. Cory Mills chegou a mencionar a suposta “prisão política” do ex-presidente como elemento da crise de direitos humanos envolvendo o STF e a democracia brasileira.
Rubio, por sua vez, já criticou a suspensão de plataformas como o X e Rumble como “maneira autoritária de minar liberdades básicas” — posicionamento que reforça o viés de violação de direitos da decisão de Moraes.
O que dizem aliados e o impacto
Apoio extremo-direita
Eduardo tem estreitado vínculos com figuras do grupo Trumpista, como Steve Bannon e Jason Miller, além de congressistas republicanos pró-sanções, em iniciativas que contam com viagens frequentes a Washington.
Repercussão jurídica
A sanção protegeria Moraes de fato real ou serviria mais como retórica política? O debate sobre direitos humanos e independência judicial americana versus soberania brasileira ganha novo capítulo.
A hora é de reação democrática
É essencial que a sociedade e a mídia progressista respondam a esse jogo de sanções com clareza e responsabilidade. Responder à influência internacional não significa aceitar interferência — mas sim reforçar valores democráticos, transparência legal e respeito ao processo eleitoral.
Se a oposição ao STF quer internacionalizar o debate, que o faça mediante pautas legítimas de direitos — e não mediante coerção diplomática. Devemos lembrar: a defesa da democracia não passa por chantagem, mas pela reafirmação da pluralidade institucional e da jurisdição soberana.
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