Silas Malafaia critica Moraes e o chama de “ditador” após ameaça a Aldo Rebelo
Silas Malafaia acusa Alexandre de Moraes de agir como “ditador” após ameaça a Aldo Rebelo no STF
Em primeiro lugar, é preciso entender a gravidade: o pastor Silas Malafaia – identificado com o núcleo bolsonarista e articulador de manifestantes pró-anistia – acusou o ministro Alexandre de Moraes de agir como “ditador do Brasil”, após o STF advertir o ex-ministro Aldo Rebelo com a possibilidade de prisão por desacato. A fala reverberou nas redes sociais nesta sexta, reacendendo o embate entre o clã Bolsonaro e o Judiciário.
A provocação de Malafaia
O cerne do episódio foi a advertência feita por Moraes durante audiência por videoconferência: tendo acusado Aldo Rebelo de não responder às perguntas de forma objetiva, o ministro o avisou que poderia ser preso por desacato — uma medida incomum e contundente.
Na sequência, Silas Malafaia reagiu com veemência nas redes, classificando essa atitude como autoritária — ao dizer que Moraes seria “ditador do Brasil”. Ele também declarou que o tom do ministro configuraria uma “vergonha total”, acusando Moraes de ter ameaçado “toda a família” do coronel Cid sem um motivo claro.
As sessões no STF
Vale recordar que essas audiências fazem parte das investigações relativas à trama golpista em curso no Supremo, com depoimentos do “núcleo 1” — centrado no entorno de Jair Bolsonaro. Elas começaram em 19 de maio e têm prazo até 2 de junho, envolvendo testemunhas da acusação e da defesa, como Marco Antônio Freire Gomes (ex-comandante do Exército) e Tarcísio de Freitas, nomeados por Bolsonaro.
Por que isso importa
Acresce que a troca de acusações entre pastores bolsonaristas e o STF reflete um esforço de politização do processo judicial.
- Desafio à autoridade institucional: ao acusar Moraes de ditadura, Malafaia tenta deslegitimar o rigor institucional do Supremo e enquadrar o processo em narrativas de perseguição.
- Alinhamento político: a defesa de Aldo Rebelo e a retórica agressiva reforçam a articulação da cruzada ideológica bolsonarista contra o Judiciário.
- Precedente perigoso: qual seria o limite do discurso religioso e político em críticas a decisões judiciais? A retórica de confronto pode minar a confiança na Justiça.
Conclusão
Por outro lado, fica claro que, ao chamar Alexandre de Moraes de “ditador do Brasil”, Silas Malafaia não busca um diálogo institucional, mas criar tensão e mobilizar sua base — patrocinando uma narrativa de guerra entre o “povo de fé” e o STF. A essência da democracia está no respeito aos três poderes. Resta saber até quando a retórica incendiária será tolerada sem enfraquecer nossa institucionalidade.
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