Relatório explode tese de Tarcísio: tarifas de Trump ameaçam 40% das exportações de SP e podem gerar desindustrialização
Não existe blindagem quando o comércio global entra em colapso" — como a guerra comercial EUA-China atinge o coração industrial do Brasil
Introdução
Enquanto o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP) afirmava que São Paulo estaria “protegido” das tarifas de 100% propostas por Donald Trump sobre produtos brasileiros, um relatório encomendado pela própria Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp) ao Ipea desmonta a tese: o estado pode perder US$ 8,5 bilhões anuais em exportações (40% do total), com risco de desindustrialização precoce em setores como automotivo e máquinas agrícolas. Os dados, obtidos com exclusividade pelo Metrópoles, mostram que:
- 12 setores entrarão na lista negra de Trump, incluindo aço (25% das exportações paulistas) e suco de laranja (18%)
- 120 mil empregos diretos estão ameaçados, principalmente no ABC Paulista
- A estratégia de Tarcísio de focar em commodities não protege o parque industrial — pelo contrário, acelera seu declínio
Os números que Tarcísio ignorou
O relatório de 78 páginas revela:
- Impacto setorial
- Automotivo: Queda de 32% nas exportações (US$ 1,2 bi/ano)
- Aço: Tarifa de 50% inviabiliza 18 mil postos em SCS e Cubatão
- Suco de laranja: Florida Citrus ameaça substituir Brasil com produção local
- Efeito cascata
- Cada US$ 1 bi perdido em exportações = 14 mil empregos indiretos afetados
- Municípios como São Bernardo e Sorocaba podem ter recessão técnica
- Falha na blindagem
- 65% das exportações paulistas vão para EUA, China e UE — os três polos da guerra comercial
- Tarcísio apostou em acordos bilaterais, mas Trump já avisou: “Nenhum país terá tratamento especial”
A contradição política
O governador, que em março afirmou que “SP é grande demais para ser afetado”, agora enfrenta:
- Pressão da Fiesp: Entidade que o elegeu cobra plano emergencial
- Silêncio de Bolsonaro: Ex-presidente evitou criticar Trump durante visita a SP
- Crise no centrão: Aliados temem que a pauta econômica arranhe imagem de “gestor competente”
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