Durante depoimento no STF, Bolsonaro negou ter articulado golpe, mas admitiu encontros para debater medidas “dentro da Constituição” após derrota eleitoral em 2022.

No depoimento prestado em 10 de junho de 2025 à Primeira Turma do STF, Jair Bolsonaro abordou uma série de temas cruciais, incluindo sua postura diante de Forças Armadas, manifestações políticas, urna eletrônica, ameaça de prisão, e estratégia de transição presidencial possibilitando insights para compreender a complexa trama investigada. Confira os destaques:


1. Reuniões com após-eleição

Bolsonaro confirmou que manteve reuniões com assessores e comandantes militares após a derrota eleitoral, mas descreveu tais encontros como informais, com o objetivo de avaliar medidas “dentro da Constituição”. Ele afirmou que eventuais propostas foram descartadas rapidamente por falta de base política suficiente.


2. Posição das Forças Armadas

Segundo o ex-presidente, as Forças Armadas não se envolveram em tentativa de golpe: “missão legal é cumprida, missão ilegal não é”. Destacou que nunca houve pressão de oficiais nem oferta de tropas da Marinha para qualquer ação institucional questionável.


3. Sistema eleitoral e retórica

Bolsonaro admitiu que utiliza retórica crítica ao sistema de urnas eletrônicas desde 2012, mas reforçou que agiu sempre “dentro das quatro linhas da Constituição”. Ele se desculpou por ter extrapolado em algumas acusações contra ministros do STF, afirmando que se tratou de retórica excessiva.


4. Violência e 8 de janeiro

O ex-presidente disse que não incentivou manifestações extremas e classificou certas figuras como “malucos”, ressaltando que as propostas extremistas, como AI‑5 ou intervenção militar forte, nunca foram acolhidas pelos altos comandos das Forças.


5. Voz de prisão recusada

Bolsonaro negou ter sido informado que seria preso pelo comandante do Exército, Freire Gomes, em reunião que supostamente trataria do apoio militar aos movimentos de sua base pós-eleitoral.


6. Passagem de faixa e tom político

Em tom provocativo, confirmou ter recusado entregar a faixa a Lula, justificando que não queria suportar “a maior vaia da história do Brasil”. Também fez sugestões políticas à corte, como um convite ao relator Alexandre de Moraes para compor chapa em 2026.


Resumo:

  • Reuniões e discussões ocorreram, mas sem intenção ou suporte para golpe.
  • Forças Armadas teriam agido dentro da legalidade, sem pressões ou ameaças.
  • Estratégia político-moraleira foi usada para mobilizar eleitores e criticar adversários, mas, segundo ele, não sofreu uma ruptura democrática.

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