Trump ameaça Moraes e expõe o risco global da extrema-direita
Presidente dos EUA cogita “sanções” contra o ministro do STF e cita Alexandre de Moraes como “ameaça à liberdade”. Um ataque externo que escancara a aliança internacional do bolsonarismo.

“Moraes é um risco à liberdade de expressão.” A frase não saiu da boca de Carla Zambelli nem de Elon Musk — mas do próprio Donald Trump, atual presidente dos EUA e símbolo da extrema-direita global. Em conversas com assessores, segundo apuração da The American Conservative, Trump avalia impor sanções a Alexandre de Moraes, presidente do TSE e ministro do STF, caso volte ao poder em 2025.
A ameaça é tão grave quanto simbólica. Trata-se de um ataque direto à soberania do Judiciário brasileiro — e mais ainda: um alinhamento explícito com os setores mais radicais do bolsonarismo.
Em primeiro lugar: o discurso da “liberdade” como arma
A retórica é velha conhecida. Assim como Bolsonaro e Musk, Trump usa a “liberdade de expressão” como biombo para defender práticas criminosas, fake news e ataques às instituições. E como Moraes tem sido a figura-chave no combate à desinformação, à tentativa de golpe e ao desmantelamento das milícias digitais, virou alvo preferencial da extrema-direita internacional.
Trump, ao sugerir sanções, não está defendendo liberdade — está defendendo seus pares golpistas.
É a velha tática: proteger os cúmplices, atacando os juízes.
Por outro lado: a extrema-direita se internacionaliza
O ataque de Trump não é isolado. Ele se soma a declarações de Steve Bannon, Musk, e até a resoluções parlamentares de ultradireitistas na Europa. É a criação de um ecossistema de pressão internacional contra instituições que ousam barrar o avanço autoritário.
Alexandre de Moraes virou o inimigo público número 1 não por abusos — mas porque ousou aplicar a Constituição contra os poderosos. A extrema-direita não perdoa quem não se dobra.
Acresce que: há risco real de ingerência estrangeira
Se Trump voltar à presidência dos EUA em 2025 — cenário possível — ele pode de fato aplicar sanções, congelar ativos e tentar constranger diplomatas e ministros brasileiros. Isso abriria um precedente perigosíssimo: o de um chefe de Estado estrangeiro punir um juiz por cumprir a lei em seu próprio país.
É o tipo de ingerência que só se via em tempos de guerra fria — agora reciclada sob o manto da “liberdade”.
E mais: revela que a luta contra o bolsonarismo não é apenas nacional. É global. As mesmas redes que financiaram o 8 de janeiro também operam nos EUA, na Hungria, na Polônia e na Argentina.
Conclusão: o STF sob ataque — e a democracia em xeque
As palavras de Trump devem ser tratadas com toda a gravidade. Não são bravatas vazias. São sinais de uma articulação neofascista internacional, que ataca juízes, imprensa e instituições em nome de uma falsa liberdade.
Alexandre de Moraes não é só um ministro. Hoje, é um símbolo de resistência institucional — admirado no exterior por uns, odiado pelos radicais por isso mesmo.
A democracia brasileira precisa estar atenta. Porque o ataque não vem só de dentro — vem de fora também.