Wajngarten elogia notícia que chama Michelle Bolsonaro de falsa crente
Ex-assessor de Bolsonaro elogia matéria que rotula Michelle Bolsonaro como “falsa crente” e reabre tensões no PL.

Em primeiro lugar, quem diria? O ex-secretário de Comunicação Fábio Wajngarten elogia uma notícia que rotula Michelle Bolsonaro de “falsa crente”, reabrindo uma ferida entre aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro. Mais do que um simples comentário, trata-se de um ato que expõe divisões internas e o tom corrosivo que permeia bastidores do clã bolsonarista.
O que aconteceu
Em mensagens de dezembro de 2022, obtidas pelo Poder360, Wajngarten compartilhou com o advogado Frederick Wassef um link do portal Metrópoles com o título “ ‘Teimosa’, ‘medíocre’, ‘falsa crente’: os petardos de um auxiliar de Bolsonaro contra Michelle” — manifestando aprovação: “Não sei quem foi. Irei descobrir e cumprimentá-lo.”
Esse episódio só veio à tona recentemente, com a divulgação dos arquivos que motivaram sua saída do PL. No mesmo clima, Wajngarten teria dito “Prefiro o Lula” ao mencionar uma eventual candidatura de Michelle em 2026 — um gesto que reforça sua crítica pública e interna à ex-primeira-dama.
Contexto e tensões no PL
Acresce que Wajngarten foi demitido do PL após as mensagens vazarem. Ele fora expulso por preferir Lula a Michelle na corrida presidencial, e agora reaparece endossando um conteúdo agressivo contra ela, confirmando o apelido que ganhou entre aliados: “maçarico” — aquele que “queima todo mundo”.
Nos bastidores, cresce a discussão: trata-se de liberdade de expressão ou de uma “bomba-relógio” que dinamita qualquer coesão interna no partido bolsonarista?
Por que isso importa
Essa situação ilustra, de forma cristalina, a lógica de facções e de disputas internas que corroem partidos do estilo PL.
- Monopólio emocional: enquanto Michelle é vista como pilar da “nova direita” conservadora, seu ataque interno por ex-aliados revela crise de autoridade e estratégia.
- Narrativa pública: ao elogiar o rótulo “falsa crente”, Wajngarten legitima ataques com viés religioso e moral, antiético e arriscado em plena campanha eleitoral.
- Riscos eleitorais: se priorizar “barrar Michelle” passa a ser meta de velhos caciques, isso pode virar munição para adversários do centrão e da oposição.
Conclusão
Por outro lado – e é aqui a tensão real – esse é mais um capítulo de uma guerra fria interna que pode explodir a qualquer momento. Se Michelle, líder de parcelas conservadoras, se sentir acuada, pode reagir com articulações próprias, inclusive construindo capital político à margem dos “poderosos de ontem”.
A hora é de vigilância: quem era “aliado” pode virar adversário. E num cenário tão volátil, a liquidação pública de reputações religiosas e pessoais não é ecossocial — é sabotagem política. O PL precisa decidir: unir ou fracassar.
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