“Eu fui muito otário”: Weintraub rompe com Bolsonaro após depoimento no STF
A declaração explosiva do ex‑ministro expõe fissuras internas no bolsonarismo e aponta um divisor de águas entre quem comprou a narrativa e hoje se sente enganado.

A frase “eu fui muito otário”, dita com peso por Abraham Weintraub, ressoa como um alerta interno: milhões que acreditaram na narrativa bolsonarista se sentem enganados. O ex‑ministro da Educação não mediu palavras ao reagir ao depoimento de Jair Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal em 10 de junho de 2025.
1. Em primeiro lugar: a acusação amarga
Weintraub se sentiu ofendido após Bolsonaro chamar de “malucos” seus apoiadores que pediam intervenção militar e AI‑5. Em postagem no X, ele não apenas declarou: “Eu fui muito otário”, mas reiterou a frase logo depois, demonstrando revolta interna e arrependimento público.
2. Por outro lado: tomado pela decepção
O ex‑ministro não se limitou: afirmou que “o bolsonarismo é uma lepra, rastejante, covarde, mentirosa e calhorda” e comparou Bolsonaro a um rato — imagens e manifestações que confirmam sua ruptura e marcam um divisor dentro da base original.
3. Perguntas retóricas e metáfora
Por que essa ruptura tão fulminante?
- Será que Weintraub percebeu que a narrativa da radicalização deixou de servir como escudo?
- Ou ele entendeu que a estratégia de distanciamento de “malucos” foi demasiado tardia — uma linha que insulta o próprio público?
A metáfora do “otário” revela quem se sentiu manipulado — agora sob ataque da sua própria liderança.
4. Linguagem coloquial e ironia
Weintraub usou palavras fortes: chamar seus antigos aliados de “malucos” foi “o limite”. A linguagem é crua, ardente — espelho de ressentimento e decepção numa seita que hoje parece ferina contra si mesma.
5. Fundamentação factual
O rompimento ocorre após o depoimento de Bolsonaro no STF, onde ele afirmou que “os malucos que pediam AI‑5” nunca tiveram apoio militar. Essa afirmação provocou indignação entre os mais radicais, como Weintraub, que se desligou publicamente e criticou sua própria confiança cega — “eu fui otário” — num golpe de autoanálise violento.
6. Contra‑argumentação
Alguns defensores podem dizer que Weintraub age por vingança ou busca atenção. Mas sua postura provoca uma reflexão: quando um dos principais arautos do bolsonarismo se declara enganado, a narrativa rompe com seus alicerces retóricos e ideológicos — e isso abala a blindagem interna do grupo.
Apelo à ação
Fuja do isolamento de opinião: se o ex‑capitão dos discursos radicais agora se sente “otário”, a sociedade precisa investigar a lógica interna dessa narrativa — identificar para onde vai o discurso bolsonarista e como será reagenciado por quem um dia o seguiu fielmente. Esse momento exige vigilância cidadã para que a história não seja reescrita para limpar o discurso.
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