Moraes desmonta esquema: Zambelli articulou ataque ao CNJ como peça-chave do golpe de 8/1
Quando o lawfare vira arma de guerra: a condenação que expõe o manual golpista do bolsonarismo

Introdução
Aos que ainda duvidavam do projeto sistemático de desmonte institucional gestado no bolsonarismo, a condenação de Carla Zambelli pelo STF escancara o modus operandi: da sabotagem digital de órgãos de Estado às depredações de 8/1, uma escalada autoritária que agora encontra seu freio na Justiça 16. Com 4 votos a favor (Moraes, Dino, Zanin e Cármen Lúcia), a Primeira Turma expôs os fios invisíveis que ligam a invasão ao CNJ em 4/1/2023 aos ataques ao Congresso quatro dias depois — não como coincidência, mas como “etapas de um mesmo plano de ruptura democrática”.
O crime que revela o projeto
Não se trata de um mero delito digital. A operação coordenada por Zambelli e executada pelo hacker Walter Delgatti (condenado a 8 anos e 3 meses) tinha um DNA reconhecível:
- Premeditação: 13 invasões entre agosto/2022 e janeiro/2023, com inserção de 16 documentos falsos
- Alvo estratégico: Sistemas do CNJ e Banco Nacional de Mandados de Prisões, coração do Judiciário
- Objetivo político: Criar um falso mandado contra Moraes — então presidente do TSE — às vésperas do 8/1/2023
O documento forjado era uma peça de ficção jurídica: “Expeça-se o mandado de prisão em desfavor de mim mesmo, Alexandre de Moraes. Publique-se, intime-se e faz o L” — frase que viralizou entre bolsonaristas como “prova” de autoflagelação do ministro. Ironia cruel: quem falsificava ordens judiciais agora clama por “devido processo legal”.
A defesa que desmoraliza a própria defesa
Enquanto a PGR apresentou 1.200 páginas de provas técnicas 3, a estratégia da defesa se limitou a:
- Negar o óbvio (“sem provas irrefutáveis”)
- Atacar o processo (“cerceamento de defesa”)
- Vitimizar a ré (“perseguição política”)
O elemento probatório mais contundente? Arquivos idênticos encontrados nos celulares de Zambelli e Delgatti — incluindo o falso mandado baixado pela deputada 22 segundos após sua criação. Para Moraes, trata-se de “prova técnica irrefutável” que enterra a tese da defesa sobre Delgatti ser um “mitômano”.
O preço da democracia
Além da pena privativa de liberdade, a condenação impõe:
- Perda do mandato: A ser executada após trânsito em julgado
- Reparação financeira: R$ 2 milhões em danos morais coletivos
- Inelegibilidade: 8 anos fora das urnas
Não é pouco para quem transformou o mandato em plataforma de ataques às instituições. Mas será suficiente para frear a escalada golpista que agora migrou das ruas para o mundo digital?
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